Baseball

Baseball – as regras

(texto de Marco Araujo)

Como prometido já faz algum tempo e sempre adiado, por falta de tempo, vamos falar de Baseball. Suas regras, seu campo de jogo e outras curiosidades.

O torneio principal de baseball nos EUA se chama Major League Baseball (MLB). Oficialmente ele existe desde 1876 !

A liga profissional é constituida de 28 times, divididos em duas divisões, a Americana e a Nacional. Após serem conhecidos os campeões de cada divisão, eles disputam o que se chama de World Series, aparecendo daí, o Campeão Mundial de Baseball Profissional.

Um pouco de história: O baseball surgiu num vilarejo da região centro-norte do estado de Nova York, de nome Cooperston, no verão de 1839, idéia de um militar, Abner Doubleday. Sete anos depois, em 1846, um seu discípulo, Alexander J. Cartwright, esboçou as primeiras regras da competição. Em 1869, o baseball já era glória nas academias do Exército e da Marinha e num batalhão de universidades espalhadas pelos EUA. Então, havia inclusive, atletas pagos em função do que exibiam e realizavam.

Na aparência, o baseball é um esporte complicado. Ele se torna simplérrimo, porém, quando se entende o seu conceito básico. O baseball é um esporte em que a defesa tem de fechar os circuitos do inimigo, como ocorre com a eletricidade de uma casa, quando se desliga um interruptor.

O campo de batalha se divide em dois: um interno ou “infield”, no desenho de um losango, com os lados aproximadamente equivalente a 28 metros, em cujos cantos se instalam quatro bases; e um externo, ou “outfield”, arredondado em relação ao centro do losango, um raio de 120 metros. Uma trilha de areia ou de argila conecta as quatro bases. O resto do espaço ostenta grama natural ou artificial.

Um jogo de baseball se divide em pedaços, apelidados de “innings”. São nove “innings” ou tempo, se preferirem, por jogo. Ocorrendo um empate no final dos nove, o jogo continua até que apresente um vencedor, pelo sistema do morte súbita. Certa ocasião, tive a oportunidade de assistir um jogo que chegou ao final, apenas no inning de número 16. Este jogo durou 6 horas e vinte minutos. Não há como no futebol normal, no futebol americano ou no basquetebol, o confronto físico, direto, entre jogadores. Enquanto um time vai à ofensiva, o outro se dispõe na retaguarda. Cada time atua nove “innings” no ataque e outros nove na sua defesa.

Quem manda ou o time da casa, começa na retaguarda, jogadores em posições de proteção. O mais importante é o “pitcher”, ou arremessador, exatamente no meio do losango, conforme marcado no desenho do campo. Ele se rodeia de cinco companheiros. No vértice principal, um “catcher” ou receptor, cuja função é receber as bolas arremessadas pelo “pitcher” a uma velocidade e jeito tais que o rebatedor não consiga fazer o contato de seu bastão com a bola arremessada.

Nas bases se localizam outros três jogadores, que são respectivamente chamados de primeira, segunda e terceira bases. Entre o segunda e terceira base, se localiza o “shortstop”. No “outfield” se situam os três jogadores restantes, apelidados de “jardineiros”.

O clube visitante entra no jogo com a obrigação de buscar pontos que são conseguidos quando um mesmo rebatedor conseguir passar pelas três bases existentes e voltar ao ponto de partida, chamado de “home”, sem ser eliminado pelos defensores. Também são nove os seus jogadores. Nenhum deles, porém, ocupa uma posição fixa. Eles se alinham atrás do “catcher” esperando sua vez de rebater a pelota que o “pitcher” atira ao “catcher”, com o seu bastão.

O lançamento do “pitcher”, para valer, precisa se encaixar numa zona bem determinada: na vertical, entre o peito e os joelhos do rebatedor; na horizontal, dentro de duas linhas determinadas no chão. Quando o “pitcher” acerta o seu alvo, ou seja, a bola arremessada passou pelo retângulo determinado pelos limites já ditos e chegou até o “catcher”, sem que o rebatedor interceptasse, diz-se que ele, o “pitcher” conseguiu um “strike”. Quando ele erra, também sem a interceptaçäo do rebatedor, diz-se que ele concedeu uma “ball”.

Para cada rebatedor, o “pitcher” tem direito a três “strikes” e a quatro “balls”. Se um “pitcher” obtém os seus três “strikes” sem que o adversário, o rebatedor, consiga interceptar a bola com seu bastão, ele então elimina o adversário. A cada três adversários retirados, ocorre uma troca de lado. Os nove defensores saiem e entram agora nove defensores do time adversário e os defensores de antes, agora viram atacantes. Caso, no entanto, um “pitcher” produza as quatro “ball”, o seu inimigo ganha gratuitamente a posse da primeira base.

Um time faz ponto quando um de seus atletas dá uma volta completa no losango. Isso pode acontecer com uma sucessão de “balls”. Habitualmente, todavia, o ponto surge através de rebatidas aos arremessos do “pitcher”.

Situações para que um ponto seja consignado pelos atacantes e também em que os defensores consigam evitar esse ponto.

Um atacante rebate um arremesso. Sem tocar o campo de jogo, a bola viaja até um defensor que consegue apará-la no ar. O atacante está eliminado.

A bola bate no chão ao ser rebatida e vai até um defensor que consegue pegá-la. Esse defensor precisa arremessar o mais fulminantemente possível a bola na direção da primeira base, para o defensor que se encontra nesta base, defendendo-a. Se a bola chega às mãos do defensor da primeira base antes do atacante que a rebateu, o atacante está eliminado. Ao contrário, se o atacante que a rebateu, atinge a base antes da bola, impedindo que o circuito se feche à sua frente, ele permanece no combate, na posse da primeira base e em posição de anotar um ponto, à medida que outros rebatedores derem essa condição a ele, colocando a bola fora do alcance dos defensores, propiciando mais uma corrida do primeiro rebatedor, dessa vez em direção à segunda base e assim sucessivamente até que ele consiga voltar ao ponto de partida, depois de passar pelas três bases, impulsionado que foi pela rebatida dos atacantes que vieram após ele.

O mesmo raciocínio vale para todas as bases. O Time na ofensiva realiza seus pontos quando completa o losango todo – ou seja, quando um rebatedor sai do vértice principal e dá a volta inteira na figura geométrica. Ele pode conseguir essa façanha empurrado pelas rebatidas dos seus companheiros posteriores ou numa tacada só. Quando um atacante atira a pelota, com seu bastão, além dos limites do campo, ele produz um “Home Run” – que vale um ponto automático. Quando acontece um “home run” com as outras três bases ocupadas, somam-se o ponto do rebatedor do “home run” mais os de seus colegas ocupantes das três bases, somando-se desta forma, quatro pontos em uma jogada só. A esta difícil mas não tão rara jogada se dá o nome de “Grand Slam”.

A defesa, porém, também pode eliminar mais do que um adversário numa única jogada, produzindo uma das jogadas mais lindas de defesa do baseball, de nome “double play”. Digamos que exista um atacante na primeira base. O seu sucessor no bastão apenas consegue rebater a bola na direção de um defensor. O atacante da primeira base tenta capturar a segunda base, já que não existe a possibilidade de haver dois atacantes em uma mesma base. Só que a retaguarda consegue fechar o circuito, ou seja a bola foi devolvida à segunda base antes da chegada do atacante corredor. O defensor dessa base, incotinente, arremessou a pelota em direção à primeira base conseguindo que ela chegasse ao seu destino, ou seja, às mãos do defensor da primeira base, antes do rebatedor. Os dois foram eliminados.

O jogador mais crucial em um jogo de baseball é o “pitcher”. Cada clube pode contar por partidas com 25 jogadores, sendo que dez ou mais deles são “pitchers”. Há momentos que um “pitcher” começa a fraquejar ou se cansa. O seu treinador providencia a substituição por craques mais descansados. Estratégicamente, pode trocar um destro por um canhoto, um jovem por um maduro, e assim por diante.

A bola que o “pitcher” arremessa é habitualmente um petardo. Ela viaja com uma velocidade de até 170 Km/h. Vai do meio do losango ao bastão do rebatedor no tempo de uma simples piscadela. Uma pancada na cabeça pode matar. Por isso os jogadores que estão no ataque, usam capacetes de proteção e outras proteções à altura de suas canelas e joelhos. Uma rebatida mal feita, ao resvalar no bastão pode ir de encontro ao joelho ou canela do rebatedor, fazendo um belo estrago.

Para todos que tiveram a suprema paciência de ler esta “trilogia” sobre baseball, quero dizer que não me acho um expert no assunto, mas tenho uma adoração enorme por esse esporte, daí saber um pouco mais do que o normal sobre ele.

Obrigado pela atenção.

[] Marco Araujo

(fotos: www.baseball-photos.com)

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