Capeta

O coquetel tupiniquim mais conhecido dentro e fora do país depois da caipirinha faz referência explícita ao famoso anjo caído. Batizado de Capeta, foi criado em 1984 pelo baiano Antonio Carlos – nada a ver com o Magalhães -, que buscava um drink para deixar a galera de Porto Seguro acordada. Nas palavras de seu criador, “queria uma mistura que deixasse o povo ligado para agüentar as baladas diárias, pois lá é Carnaval de segunda a segunda”.

De pronto, pensou no poderoso estimulante verde-e-amarelo guaraná em pó e decidiu que ele tinha de estar presente na beberagem. Para quebrar o amargo do ingrediente, apenas mel. Bastou acrescentar vodka, gelo e… pronto! Estava inventado o combustível alcoólico capaz de suportar noites inteiras no embalo do axé baiano. Mas faltava um detalhe: o nome. A idéia inicial foi “veneno”. Mas, conversando com sua “mainha”, Antonio chegou à conclusão de que a palavra remetia a algo funesto, lembrava morte.

Uma idéia leva à outra, e acabou citando-se o capeta. Por que não? Afinal, uma entidade que atenta os mortais é um ótimo nome para uma bebida cuja proposta era cativar a clientela. O único senão é que, de tão forte, só os homens se atreviam a beber e… enlouquecer. Para conquistar o público feminino, a saída foi colocar frutas ácidas – abacaxi e uva itália – e acrescentar leite condensado, conferindo mais cremosidade à mistura. Na mosca! O coquetel agradou em cheio as nativas e turistas – brazucas e estrangeiras – que freqüentavam sua barraca na conhecida Passarela do Álcool.

As garotas adotaram e juram que bastam dois capetas para ficar legal. A bebida fez tanto sucesso que não demorou para Antonio assumir a alcunha de Toni Capeta. A combinação do energético guaraná com o nome Capeta, levou rapidamente os fregueses a relacionarem o coquetel a uma bebida afrodisíaca. Ninguém comprova se é verdade, mas o fato é que a fama se espalhou. Se você quiser tirar a prova dos noves, anote uma das variações da receita: uma colher e meia (sopa) de leite condensado; uma colher (chá) de guaraná em pó; duas doses ou mais de vodka ou cachaça; duas colheres (chá) de açúcar mascavo; uma pitada de canela em pó; uma polpa de maracujá e gelo a gosto. Misture tudo, agite bem na coqueteleira ou no liquidificador e… Sai de baixo!

(esse texto é de uma revista, acho que a Sexy ou a VIP.)

(postado originalmente em 14 de dezembro 2002)

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