Meu Crássico (II)

Há muito tempo não coloco nenhum dos meus crássicos aqui. Desta vez o crássico é um livro técnico porém humano, o “Guia do CBBS”, de Sérgio Gallo.

Guia

Não faz muito tempo, a comunicação via computador era feita em modo texto. Usuários de microcomputadores compartilhavam suas máquinas com outras pessoas, através de modems ligados às linhas telefônicas comuns. O livro explica como isso acontecia.

Para se ter uma idéia da simplicidade dos recursos necessários, basta citar que o primeiro BBS brasileiro surgiu em abril de 1984, no Rio de Janeiro. Fundado por Paulo Sérgio Pinto (por essa razão, ele tinha o curioso nome de BBS do Pinto), era operado com base em um TRS-80 Model I, com a espantosa memória RAM de 32KB. O modem tinha que ser operado manualmente, ou seja, o coitado do Pinto tinha que ficar escutando a linha o tempo todo.

O livro é supimpa. O pulo do gato aqui é que, ao contrário de outros livros da época, o autor abordou o lado humano dos BBS: desde dicas para evitar os conflitos conjugais provocados pelo uso das maquininhas até algumas histórias de encontros de usuários, com direito a uma foto! Duas coisas me chamaram a atenção na época. A primeira foram as “ilustrações”: as telas dos programas utilizados eram reproduzidas com perfeição. Perguntei como era possível fazer aquilo, e a resposta era simples. Os programas eram rodados debaixo do Windows 3.1 (isso era 1992, gentes) e a janela do DOS era capturada. Outra era uma extensa lista nacional de BBS. Até um primo meu, que era um sysop do baixo clero, tinha lá o seu número.

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