Variações do capitalismo

CAPITALISMO IDEAL:

Você tem duas vacas. Vende uma e compra um touro. Eles se multiplicam, e a economia cresce. Você vende o rebanho e aposenta-se, rico!

CAPITALISMO SELVAGEM:

Você tem duas vacas, vende uma para comprar um touro e o governo toma os bezerros como imposto de renda na fonte.

CAPITALISMO AMERICANO:

Você tem duas vacas. Vende uma e força a outra a produzir leite de quatro vacas. Fica surpreso quando ela morre.

CAPITALISMO FRANCÊS:

Você tem duas vacas. Entra em greve porque quer três, com os generosos subsídios da Política Agrícola Européia.

CAPITALISMO CANADENSE:

Você tem duas vacas. Usa o modelo do capitalismo americano. As vacas morrem. Você acusa o protecionismo brasileiro e adota medidas protecionistas para ter as três vacas do capitalismo francês.

CAPITALISMO JAPONÊS:

Você tem duas vacas. Redesenha-as para que tenham um décimo do tamanho de uma vaca normal e produzam 20 vezes mais leite. Depois cria desenhinhos de vacas chamados Vaquimon e os vende para o mundo inteiro.

CAPITALISMO ITALIANO:

Você tem duas vacas. Uma delas é sua mãe, a outra é sua sogra, maledetto!!!

CAPITALISMO BRITÂNICO:

Você tem duas vacas. As duas são loucas.

CAPITALISMO HOLANDÊS:

Você tem duas vacas. Elas vivem juntas, não gostam de touros e tudo bem.

CAPITALISMO ALEMÃO:

Você tem duas vacas. Elas produzem leite regularmente, segundo padrões de quantidade e horário previamente estabelecido, de forma precisa e lucrativa. Mas o que você queria mesmo era criar porcos.

CAPITALISMO RUSSO:

Você tem duas vacas. Conta-as e vê que tem cinco. Conta de novo e vê que tem 42. Conta de novo e vê que tem 12 vacas. Você para de contar e abre outra garrafa de vodca.

CAPITALISMO SUÍÇO:

Você tem 500 vacas, mas nenhuma é sua. Você cobra para guardar a vaca dos outros.

CAPITALISMO ESPANHOL:

Você tem muito orgulho de ter duas vacas.

CAPITALISMO PORTUGUÊS:

Você tem duas vacas. E reclama porque seu rebanho não cresce…

CAPITALISMO CHINÊS:

Você tem duas vacas e 300 pessoas tirando leite delas. Você se gaba de ter pleno emprego e alta produtividade. E prende o ativista que divulgou os números.

CAPITALISMO CHINÊS (versão Hong Kong):

Você tem duas vacas. Vende as três para uma empresa fantasma em nome do primo de uma namorada e depois compra as quatro vacas de volta com o financiamento obtido junto a um banco cujo gerente é seu amigo e com quem reparte o rebanho: quatro vacas para cada um.

CAPITALISMO HINDU:

Você tem duas vacas. Ai de quem tocar nelas.

CAPITALISMO ARGENTINO:

Você tem duas vacas. Você se esforça para ensinar as vacas mugirem em inglês. As vacas morrem. Você entrega a carne delas para o churrasco de fim de ano do FMI.

CAPITALISMO ENRON:

Você tem duas vacas. Vende três para a sua companhia de capital aberto usando garantias de crédito emitidas por seu cunhado. Depois faz uma troca de dívidas por ações por meio de uma oferta geral associada, de forma que você consegue todas as quatro vacas de volta, com isenção fiscal para cinco vacas. Os direitos do leite das seis vacas são transferidos para uma companhia das Ilhas Cayman, da qual o sócio majoritário é secretamente o dono. Ele vende os direitos das sete vacas novamente para a sua companhia. O relatório anual diz que a companhia possui oito vacas, com uma opção para mais uma. Você vende uma vaca para comprar um novo presidente dos Estados Unidos e fica com nove vacas. Ninguém fornece balanço das operações e o público compra o seu esterco.

CAPITALISMO MICROSOFT (mercado de “livre concorrência”):

Você tem duas vacas. Seu vizinho Bill faz uma oferta para comprar as duas de você, que não tem interesse no negócio. Após meses de tentativas infrutíferas, o Sr. Bill compra duas cabras e inicia uma campanha de marketing na Região demonstrando as vantagens do leite de cabra em relação ao de vaca. Após algum tempo, os consumidores acostumam-se com o leite de cabra – vendido diretamente pelo Sr. Bill – e passam a exigir tal produto nos pontos de vendas tradicionais. Um reduzido grupo de não consumidores de leite de cabra, após vários desarranjos intestinais ao experimentarem o novo padrão em leite não se convence com os argumentos do produtor, “que o problema não está no leite de cabra e sim na configuração do seu aparelho digestivo, recomendando fazer um “úpigreide” de seu fígado para uma versão peintiummmm 32 bitis”. Mas felizmente são uma minoria. Pressionados pelos consumidores locais, os laticínios aceitam os termos do acordo para compra de leite de cabra do Sr. Bill: não deverão mais comprar mais leite de vaca. Após alguns poucos anos, a empresa do Sr. Bill passa a trabalhar secretamente com vacas anãs, convencendo o público que trata-se de uma nova linhagem de cabras, denominadas WinCabras95. Parte dos consumidores – que ainda recordavam do paladar do leite de vaca – acham o gosto do deite destas “novas cabras” muito parecido com o de vaca, mas certamente deverão estar equivocados. O resto da história talvez você já conheça!

CAPITALISMO BRASILEIRO:

Você tem duas vacas. Uma delas é roubada. O governo cria a CCPV – Contribuição Compulsória pela Posse de Vaca. Um fiscal vem e te autua, porque embora você tenha recolhido corretamente a CCPV, o valor era pelo número de vacas presumidas e não pelo de vacas reais. A Receita Federal, por meio de dados também presumidos do seu consumo de leite, queijo, sapatos de couro, botões, presumia que você tivesse 200 vacas e para se livrar da encrenca, você dá a vaca restante para o fiscal deixar por isso mesmo…

Atualizando: CAPITALISMO PETISTA:

Você tem duas vacas. Vem o MST, abate uma para fazer um churrasco para os Sem Terra e diz que a outra vaca não está cumprindo sua função social.

Vem o INCRA, coloca um imposto sobre o seu rebanho inexistente, desapropria suas terras e lhe entrega títulos da dívida da lojinha do PT.

Você entra na Justiça, o governo é condenado a lhe ressarcir: ele o faz com dois cartões magnéticos do Fome Zero, que lhe dão direito a retirar, diretamente com o prefeito da sua cidade, 65 reais por mês. Você reclama com o presidente, e ele manda o chefe da Casa Civil resolver o seu problema: ele cria mais uma comissão interministerial de 65 membros, com prazo certo, publicado no Diário Oficial, para apresentar uma solução: você continua esperando até hoje…

(postado originalmente em 8 de julho de 2002 e 11 de abril de 2003)

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