Grandes lendas dos anos 80 – Magali Suzana Ximenes

A MSX-Micro, uma antiga revista, especializada nos micros padrão MSX dos anos 80, tinha uma garota de 17 anos, Magali Suzana Ximenes (que assinava como Susy), para responder as cartas dos leitores. Estes, geralmente meninos e dessa mesma faixa etária, escreviam mais interessados no hardware do que no software, e adoravam ter suas dúvidas respondidas por aquela menina descrita como sendo ruiva, bonita e conhecedora profunda de computadores e linguagem de programação. Era o sonho de qualquer micreiro imberbe, a antítese daquela irmã chata que o adolescente tinha em casa. O que poucos percebiam era que a cada ano Magali continuava com a mesma idade, e seu nome começava com as letras MSX.

Ela usava um jeito meio amoroso e carrasco ao mesmo tempo, seduzindo muitos dos leitores da revista. Chegou ao ponto de as pessoas ligarem para a editora querendo falar com ela a qualquer custo. Muitos mandaram cartas e mais cartas exigindo a publicação de uma foto da “musa” do MSX. Mas, o que os incautos apaixonados sequer poderiam imaginar era que a Magaly Suzana Ximenes nada mais era do que um cara GORDO, BARBUDO e MUITO SACANA.

Esta história nunca veio à tona principalmente porque a revista saiu de cena de uma hora para outra. Muitos usuários do MSX sequer tiveram a chance de conhecê-la. Mas que era engraçado ficar vendo o pessoal paquerar a “Magaly”, era. E era tudo feito para provocar os leitores mesmo… Olha só o curriculum da “menina”, publicado na MSX-Micro 23, página 8:

Magaly Suzana Ximenes é uma garota de 17 anos que pintou aqui no pedaço e perturbou a nossa cabeça por reunir uma série de qualidades: conhece MSX, é bonita, inteligente e esperta. Só não consegue dobrar o Rafael, nosso editor, para lhe dar um aumento.

Abaixo, segue um trecho de uma carta de um dos vários leitores apaixonados, publicada na edição 21, página 8:

… a razão principal pela qual lhes escrevo foi a chegada, na revista, de uma garota de 17 anos, “ruiva bonita, inteligente e desluuuuuummmmmbrante…” que não só mexeu com a libido do pessoal da redação e, pela descrição, com a dos leitores.

R. A. S – Brás Cubas – SP

Claro que abreviei o nome do rapaz para não comprometê-lo… 🙂

(texto de Marcelo Eiras)

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